Santander Brasil condenado em R$ 50 milhões por demissões na pandemia e por condutas antissindicais

30.07.21

Santander Brasil condenado em R$ 50 milhões por demissões na pandemia e por condutas antissindicais

Em decisao inédita da Justiça do Trabalho do Brasil o banco Santander foi multado em 50 milhoes de reais por ataques aos participantes dos planos Cabesp e Banesprev e perseguição aos dirigentes sindicais.

O Santander tem privilegiado a via jurídica em detrimento ao dialogo social, porem desta vez numa decisão sem precedentes o banco foi condenado a uma multa de 50 milhões, em que pese ainda caiba recurso. 

Mesmo tendo obtido lucro de R$ 13,8 bilhões em 2020, o banco espanhol eliminou, no Brasil, 3.220 postos de trabalho no ano, mesmo tendo assumido compromisso com o movimento sindical de não demitir durante a pandemia. Diante das demissões e da recusa do Santander em abrir processo negocial coletivo visando evitar essas dispensas, e pela prática reiterada e condutas antissindicais, o Sindicato dos Bancários de São Paulo ingressou com ação na Justiça do Trabalho do estado de São Paulo para responsabilizar o banco.

A sentença foi publicada nesta quarta-feira 28. “Um volume tão elevado de despedidas num momento de incertezas e medo, em que se fez necessário severo distanciamento para evitar a proliferação do vírus e quando os empregados não poderiam se reunir com o autor [Sindicato], revela (…), no mínimo, uma indisposição do empregador ao exercício da defesa de direitos das pessoas trabalhadoras através da atuação sindical”, escreveu na decisão o juiz Jeronimo Azambuja Franco Neto, da 60ª Vara do Trabalho de São Paulo.

Na sentença, o magistrado ressaltou que o Santander declarou não possuir nenhum interesse em conciliação, mesmo após ter sido convidado para a primeira proposta conciliatória pela Justiça.

“Esperemos que a partir dessa decisão do juiz o Santander entenda que o caminho do diálogo é o melhor para todos e mais barato e volte a resolver os conflitos através da negociação com os sindicatos”, expressou a presidente mundial da UNI Finanças, Rita Berlofa.

 

Care

UNI Americas