A privatização de Correios no Brasil é inconstitucional: sindicatos continuam pressionando

09.07.21

A privatização de Correios no Brasil é inconstitucional: sindicatos continuam pressionando

O passado 6 de julho xs trabalhadorxs postais realizaram uma mobilização em defesa dos Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) frente à insistência do governo de entrega-lo ao capital privado internacional e finalizar com um dos maiores patrimônios do país. Augusto Aras, procurador geral da República, afirmou que a venda de 100% de Correios é inconstitucional. A FENTECT e a FINDECT desenvolveram diversas campanhas para frear esta decisão que é, em primeiro lugar, um retrocesso, mas que também conta com o aval da Constituição, já que a mesma protege e garante o direito ao serviço postal: “Correios deve continuar sendo um serviço público para atender toda a população brasileira. Entregar este patrimônio centenário é quebrar a Carta Magna em benefício do mercado privado”, manifestaram das organizações sindicais.

Correios emprega aproximadamente 100.000 trabalhadorxs no Brasil todo, com 15 mil unidades entre agências, centros de distribuição, tratamento e logística. A privatização do Estado significará além do grande prejuízo para o povo brasileiro, uma deterioração ainda maior à já grave crise econômica e social que atravessa o país. Em 2020, Correios teve um lucro de um bilhão de dólares estimada em R $ 1,5 bilhões, e entre 2017 e 2019 houve mais de R$ 930 milhões em lucros, demonstrando que Correios é rentável e essencial para o povo brasileiro. “Não somente está se perpetrando um erro no âmbito econômico por o que significam essas rendas para o país, mas também no âmbito social, já que o serviço postal tem sido fundamental na luta contra a Covid-19, levando recursos e ajuda a todas as regiões”, destacou Briceida González, Diretora Regional da UNI Américas P&L, lembrando que xs trabalhadorxs postais continuaram sua tarefa na linha de frente e estiveram expostos sem nenhum tipo de proteção.

“Uma instituição com mais de 300 anos ao serviço dos brasileiros, que apoia micro e pequenas empresas, que emprega a milhares de trabalhadorxs e que gera milhões em lucros é um exemplo de um serviço público que funciona contrário à retórica de que o público oferece perdas ou é ineficiente. Vender este patrimônio é perder soberania nacional”, indicou Marcio Monzane, secretário regional da UNI Américas. “A UNI e todas suas filiadas no mundo todo continuarão oferecendo apoio a nossxs companheirxs, em defesa de um correio público e universal”, concluiu. Os sindicatos receberam também o apoio público de deputados federais.

A FENTECT e a FINDECT planejam uma nova jornada de luta na próxima segunda 12 de julho contra a privatização, e em defesa dos direitos conquistados e os postos de trabalho. Fazemos um apelo a todas as filiadas da UNI a somar-se a esta jornada, tomando-se uma foto com o cartaz e utilizando o hashtag #nãoàvendadosCorreios.

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