Foto: André Borges.
A Rede Sindical Brasileira Unisaúde apresentou ao governo do Presidente Jair Bolsonaro e executivos das empresas de saúde um ofício detalhando mudanças urgentes, necessárias para proteger à população e aos próprios trabalhadores da Coronavírus, e para evitar uma quebra iminente do sistema de saúde. O grupo enfatiza que essas medidas – e o recurso requerido para adotá-las – precisam urgentemente ser providenciados tanto pelo governo federal, no caso do sistema público, como pelas empresas, no caso do sistema privado.
Descrevendo condições que expõem desnecessariamente o público em geral à doença, trabalhadores da enfermagem, da recepção, da segurança, da administração, e da higiene afirmaram que, sem proteger à saúde dos empregados dos hospitais e clínicas, a vírus vai ser espalhada exponencialmente pelo pais.
Conforme afirmou uma enfermeira, quem trabalha em um hospital no estado do Rio de Janeiro, “Nós enfermeiras estamos em nosso pior momento profissional. Temos que trabalhar na maioria das unidades sem equipamento de proteção individual, não tem máscara, não tem óculos, não tem avental, não tem gorro, nos expondo ao vírus e sabemos que isso pode custar nossas vidas. Agora eles querem nos ensinar a reutilizar as máscaras descartáveis como se isso fosse algo normal só porque não tem suficiente na unidade onde trabalho, estamos com mais de 20 colegas afastados com sintomas de COVID-19 e ninguém no Rio de Janeiro faz nada, hoje só podemos contar com nosso sindicato, acho que se não fosse elas lutando por nós, hoje já seríamos escravas dos patrões no RJ.”
Edison Laércio de Oliveira, Presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, denunciou o fato de que as empresas privadas de saúde não estão liberando aos empregados com maior risco de contratar a vírus. “Agora com a MP 927, ou as empresas vão continuar obrigando aos mais idosos e pessoas com problemas de saúde se expor, ou vão suspender o seu trabalho sem pagamento dos salários. Nenhuma opção funciona,” disse Edison.
Grupo também criticou à Medida Provisória 927, reivindicando seu cancelamento, e acrescentando a urgência da licença remunerada dos trabalhadores com maior risco.
Para ler a carta completa veja o anexo.