No Brasil já são contabilizados a morte de alguns trabalhadores da Prosegur

30.04.20

No Brasil já são contabilizados a morte de alguns trabalhadores da Prosegur

A UNI Américas, junto com a CNTV, está denunciando o comportamento da empresa Prosegur em vários estados brasileiros a partir da crise COVID-19. Vigilantes e dirigentes sindicais reclamam da falha em fornecer EPI para proteger aos funcionários do vírus, obrigação de trabalhar em condições de alto risco, e tentativas de baixar salários.

Em Petrópolis, município do estado do Rio de Janeiro, o presidente Adriano Linhares  explicou que, a partir da perda de contratos com o Banco Itaú, a empresa SegurPro – subsidiária da Prosegur – tentou obrigar aos funcionários viajar longas distâncias para novos postos de trabalho, ignorando o fato que sistemas de transporte público da área estão funcionando com restrição, e o Ministro da Saúde tem recomendado evitar viagens longas regulares pelo risco de contração do vírus. A pesar das queixas do sindicato, a empresa tem recusado a reconhecer a cláusula do contrato – vigente entre SegurPro e o Sindicato dos Vigilantes de Petrópolis e Região – que prevê o reaproveitamento profissional.

No estado do Rio Grande do Norte, a Prosegur está tentando aproveitar a Medida Provisória 936, aprovada recentemente pelo Presidente Bolsonaro, para obrigar aos vigilantes que trabalham no transporte de valores aceitar um novo acordo que estipula a suspensão do contrato de trabalho, banco de horas e redução de salário. Após resistência do sindicato, Sindforte Rio Grande do Norte, a empresa demitiu seis funcionários. Segundo o Presidente do Sindforte, Márcio Figueredo, “a Prosegur está se utilizando da crise da pandemia para tentar lucrar às custas dos trabalhadores,” notando que a operação de carro forte está designada atividade essencial, e a empresa – que é multinacional – continua com bastante estabilidade financeiro.

No estado de Alagoas, denuncia o Presidente do Sindicato dos Vigilantes, José Cicero Ferreira, que os funcionários de Prosegur reportam ações parecidas da empresa, descrevendo tentativas de que aceitaram um novo acordo com redução de salário e banco de horas, e falta de EPI para proteger aos vigilantes que fazem transporte de valores. O caso já foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho Estadual. Vigilantes nos estados de Bahia e Maranhão reclamam de ações parecidas por parte da empresa.

Falou _ da Federação Internacional UNI Global, “é preocupante que a empresa Prosegur aparenta não respeitar acordos negociados com várias entidades sindicais no Brasil, prejudicando a subsistência de funcionários que fazem um trabalho já designado essencial para o funcionamento da economia brasileira. Além disso, é muito importante que toda empresa tome medidas para proteger as vidas dessas pessoas, que continuam trabalhando durante esta crise.”

O presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes – CNTV, José Boaventura Santos, acrescentou que a proposta de acordo da empresa versa sobre redução de salário e de jornada, com o objetivo de jogar o trabalhador a receber o beneficio estipulado pelo governo federal, mas os trabalhadores praticando a mesma jornada e as horas extras remetidas para um “banco de horas”  que não será pago, mas compensado com folgas. Isto é fraude.

Na cidade de Eunápolis/Bahia, com uma população de mais de 100 mil habitantes, mais de 20 pessoas foram contaminadas pelo coronavirus, quase todos funcionários e familiares da Prosegur. A empresa transformou-se em foco do coronavirus na cidade. As autoridades sanitárias municipais e a Justiça do Trabalho decidiram pelo fechamento da base local  da empresa.

Nesta quinta-feira, 29/04, um Vigilante Motorista da Base da Prosegur de Salvador (capital do Estado da Bahia), onde trabalham cerca de 400 pessoas (vigilantes de carro forte, pessoal de tesouraria, escolta, guarda da sede e administrativos) foi diagnosticado com Covid 19, está hospitalizado e a empresa nada fez para cuidar dos seus familiares e da saúde dos demais empregados. Não faz desinfecção das instalações, dos veículos, não faz testes para detectar o coronavirus, etc. O Sindvigilantes da Bahia já denunciou ao Ministério Publico cobrando providencias.

Todos estes fatos demonstram que a Prosegur não tem nenhum apreço pela vida dos seus empregados e familiares.

No Brasil já são contabilizados a morte de alguns trabalhadores da Prosegur.

 

 

UNI Americas